Carrapateira-Sagres
28 de Julho de 2012
"Hoje é o último dia. Estamos felizes por pedalar mas algo tristes por sabermos que é o nosso último percurso. Como muitas pessoas dizem – Um misto de emoções. Um pouco de queijo e fiambre dentro de um pão e dá a emoção!
O grupo estava um pouco apreensivo com esta ultima etapa porque nos tinham informado que da Carrapateira até Sagres existiam muitas subidas e poucas descidas, que seria a etapa mais complicada de todas, para termos em atenção à água porque aquilo era o deserto, etc… Preparamo-nos bem e partimos da Carrapateira prontos para enfrentar tamanho desafio e…sem darmos conta, assim de repente, chegámos a Sagres com leveza e serenidade, assim pedalámos até ao fim. Conseguimos fazer este percurso todo com um objectivo que foi trabalhado ao longo do percurso, que foi, pedalar sem dor! Talvez fosse uma questão de orgulho ou técnica apurada mas todos disseram que estavam a pedalar sem dor, amanhã vamos ver como estão as pernas.
Chegados a Sagres continuámos em direcção à fortaleza para chegarmos o mais a sul possível. Na fortaleza entrámos de bicicleta, o que não foi excepção porque é possível a todos e recomendo vivamente que o façam, porque dentro deste espaço pedala-se muito bem.
Chegámos, aplaudimo-nos e agradecemos uns aos outros pela companhia, perdão!, pela boa companhia, camaradagem, amizade e espirito familiar que nos une todos os dias.
Uma palavra para as bicicletas -Vocês foram excelentes companheiras, sempre afinadas e preparadas todas as manhãs! Obrigado.
Agradecemos:
-À Movefree pelo generoso empréstimo das bicicletas mas também pelo bom trabalho que fazem, porque se não houve um problema mecânico é devido à capacidade técnica desta loja. Quando me disseram que era possível fazer esta viagem com outras bicicletas, acreditei e até foram outras bicicletas e também chegaram ao fim. Mas estas iriam muito mais longe e sem problemas. Portanto se gostar muito de pedalar e tiver possibilidade, desloque-se à Movefree que lhe indicarão a bicicleta mais adequada aos seus objectivos, e será uma boa amiga acredite!
-Aos nossos amigos que nos apoiaram sempre desde o início, Ana Galvão, Paulo Guerra dos Santos, Nuno Markl, Dória que pedalou uma etapa connosco, Mário Gaspar que nos ajudou com os conhecimentos técnicos nas descoberta de novos percursos e à Xana que pedalou as três ultimas etapas e nos motivou sempre com o seu bom humor e amizade, grande abraço a todos.
- A todos vós que nos acompanharam nesta aventura e nos foram enviando mensagens de incentivo um forte abraço.
E fica uma dica. Se tiver bicicletas em casa, guardadas na garagem, cheias de pó e olha para elas todos os dias a pensar nos bons momentos que lhe deu quando era mais jovem, faça uma coisa, retire-a da garagem e pedale. Se tiver família, leve-os também e verá que o dia será muito mais divertido.
E agora para finalizar um grande VIVA às Aldeias SOS de Portugal."
- texto escrito por Mário Baudoin, timoneiro desta iniciativa das Aldeias SOS
Etapa 8
Odeceixe – Aljezur
26 de Julho de 2012
"Tal como estava previsto o acordar foi difícil. Depois de uma noite de batalha com as melgas saímos a perder, todos sarapintados e cheios de sono. Mas o caminho estava bem marcado. No dia anterior dirigi-me à Camara Municipal de Aljezur onde fui gentilmente recebido pelo Sr. Vereador Dr. António Carvalho, que além da cedência das instalações para pernoitar ainda esteve a explicar qual o melhor percurso para vir de Odeceixe a Aljezur sem passar pela estrada nacional.
O caminho é excepcional, o melhor em termos de paisagens e de terreno que percorremos até ao momento. Começa na zona mais alta de Odeceixe, mesmo ao lado do estádio de futebol e depois segue para João Roupeiro. Desta localidade até à descida para a praia vai sempre junto ao canal da água, caminho fresco com paisagens lindas. Terminado o canal da água segue pelo estradão até encontrar uma descida enorme e com muita adrenalina e chega á praia da Amoreira. Mesmo que o objectivo não seja fazer o caminho todo, pelo menos esta parte alguma vez na vida tem de fazer e não venha sozinho porque partilhar pedaladas destas é o melhor que pode acontecer. Depois da chegada ao local da pernoita ficou tudo a dormir logo ali no chão a dizer mal das melgas do dia anterior.
À noite reunimos e decidimos que passaríamos a pedalar todos os dias, é que estas bicicletas não nos querem dar descanso.
Boas pedaladas para todos que as nossas têm sido fantásticas.
Etapa 9
Aljezur – Carrapateira
27 de Julho de 2012
O dia amanheceu muito cinzento e com nevoeiro denso e por isso tivemos de sair mais tarde, às 9h00. A etapa de hoje apresentava as dificuldades de fazer serra com subidas e descidas e subidassssss e descidas e subiiiiiiiiiiiiidaaaaaaaaaaaaaaassssssssssssssssssssss e depois de uma grande descidas chegámos à Carrapateira. Não satisfeitos, continuamos a pedalar junto às falésias entre a Carrapateira e a Praia do Amado num percurso em estradão com belíssimas vistas para o mar. Recomenda-se igualmente a passagem por estes caminhos.
O dia que amanheceu tímido aqueceu bastante para a tarde e não resistimos a ficar o resto do dia na praia a dar uns bons mergulhos.
Amanhã é a última etapa com saída da Carrapateira e chegada a Sagres!
- textos da autoria de Mário Baudoin
Dia 24 de Julho de 2012
Da Zambujeira do Mar a Odeceixe
"Saímos do parque de campismo com um tempo frio e muita humidade eram 6h45mn. Com este tempo até houve vontade de pedalar mais e com mais força o que fez com que demorássemos pouco tempo a chegar à Zambujeira do Mar cumprindo um total de 13 km em pouco mais de 30 minutos. Partimos junto ao mar e assim continuámos durante bastante tempo, acompanhados sempre pelo azul tímido do mar que se escondia entre as nuvens.
Passados alguns km encontrámos uma bela poça de lama. Aqui aconteceu um dos primeiros mistérios que ainda estão por desvendar, que é a questão; porquê uma poça de lama provoca tanto a atenção dos jovens?. O mistério fica por resolver, mas a verdade é que se não for jovem e experimentar passar nestas poças de lama, por breves instantes vai sentir-se com muito menos anos. Foram passagens pela lama até ficarem todos salpicados e de não conseguirem mais rir. Continuámos a viagem e mais à frente outra passagem por uma linha de água e com mais diversão garantida e desta vez todos tivemos de participar.
Quase a chegar a Odeceixe, passámos por cima do canal de água e com a lama que trazíamos no corpo, poucos foram aqueles que resistiram a saltar lá para dentro. A água não seria das mais limpas, mas o que é que isso interessa quando estamos todos juntos. Houve quem tivesse a ideia de ir de bicicleta lá para dentro, mas, ai parou a brincadeira porque com coisas sérias não se brinca e as bicicletas são o nosso bem essencial. Ficaram sequinhas, mais ou menos!
Chegámos a Odeceixe depois de uma visita à praia e ficámos alojados num clube de futebol local. Durante esta noite as melgas não deram tréguas. Vamos ver como é o acordar amanhã...
Almoço: Arroz de marisco
Jantar: Bolonhesa"
- textos da autoria de Mário Baudoin
23/07/12
Etapa 6 – Vila Nova de Milfontes – Zambujeira do mar
A começar este dia aproveito para agradecer as excelentes acomodações que nos foram cedidas pelos escuteiros de Vila Nova de Milfontes. Mesmo no centro da vila perto de tudo, foram dois dias que aproveitámos para conhecer bem a localidade. E em Vila Nova de Milfontes é fácil de pedalar, é só necessário ter em atenção à quantidade de trânsito que circula pelas ruas nesta época do ano. Bem dormidos e após o pequeno-almoço partimos em direcção à Zambujeira do Mar. Infelizmente, não conseguimos encontrar caminho à beira-mar e tivemos de ir pela estrada de alcatrão. Primeiro em direcção a Almograve depois ao Cabo Sardão e finalmente um belíssimo estradão sempre à beira mar.
O primeiro problema surgiu logo de manhã, estava muito nevoeiro na estrada e tínhamos de fazer ainda uns kms pela estrada nacional e com o nevoeiro parecia que os carros e os camiões ainda andavam mais depressa. As crianças e eu começámos a ficar um pouco nervosos com aquele transito todo e o denso nevoeiro, decidiu-se pedir ajuda ao Sérgio e à Sónia, que andam nas carrinhas de apoio, para nos levarem até terminar este bocado de estrada, e assim foi, para nossa infelicidade tivemos de ser transportados.
Chegados ao Cabo Sardão a estrada transformou-se radicalmente, deixou de haver carros e o chão pintou-se de azul do mar. Ninguém resistiu a parar um pouco para apreciar a paisagem. A estrada é fantástica e as bicicletas ficam mais fáceis de conduzir, as crianças não pararam de pedalar tentando dar mais velocidade sentindo a brisa do mar com mais força na cara. Havia alguns que imitavam o som de motas, outros assim por qualquer razão paravam deslumbrados, mas todos muito muito felizes. Neste momento a opinião foi consensual relativamente à boa qualidade das bicicletas que a movefree nos disponibilizou assim conseguimos ir mais longe e com mais segurança e é mais divertido. Neste momento estamos no parque de campismo do Z Mar e está tudo pronto para umas boas horas de sono. Amanhã não é dia de fazer etapas, mas as bicicletas não vão ter descanso.
Almoço: Cachorros (não havia mais nada mais rápido de fazer no supermercado) e pêssegos.
Jantar: Costeletas de porco com massa. Bananas para a sobremesa.
18-07-12
Hoje foi um dia de pedalada modesta 20 km entre Carvalhal e o parque de campismo da Galé.
Ainda tentámos percorrer este caminho fora de estrada mas a areia é muita e era impossível. Fomos para o alcatrão e começámos a rolar a sério.
O percurso foi feito sempre a rolar sem complicações à chegada ao parque uma boa surpresa – há ciclovia até ao parque. Assim que chegámos foi montar as tendas, as mesas, fazer o almoço e depois descansar um pouco para ir até à praia.Uma grande surpresa do dia foi a visita da Ana Galvão ao acampamento e a chegada do Dória, nosso companheiro de viagem para Badajoz, veio de bicicleta ter connosco desde lisboa. Amanhã vai até Porto Covo
Almoço: Arroz de atum
Jantar: Frango assado com batata frita e salada.
19-07-12
Etapa 3 – Galé – Porto Covo
Os últimos dias têm sido de grande calor. Às 7h00 do dia anterior, já o termómetro marcava 28º estava muito quente. Perante estes argumentos teriam de ser tomadas medidas urgentes para que a pedalada não fosse prejudicada e hoje o dia era de grande quilometragem. Entre a praia da Galé e Porto Covo são 60km. A primeira, única e necessária medida foi a marcação da hora de alvorada que ficou para as 5h30, felizmente todos cumprimos e assim foi possível arrumar todo o acampamento, tomar o pequeno-almoço e começar a pedalar às 7h00. E Hoje já estava mais fresquinho.
Fizemos a ciclovia desde o parque da Galé até à estrada nacional onde aconteceu mais um ponto de situação, desta vez o escolhido pelas crianças foi o ponto final para ser mais rápido. Combinámos, mais uma vez as regras de andar na estrada e lá fomos, zuca, zuca, zuca, sempre a pedalar. Foi uma viagem mito tranquila, estava com algum receio na via rápida entre Vila Nova de Sto André e Sines, mas como está em obras e os carros só podem circular numa via a outra via era só para as nossas bicicletas, fantástico alcatrão novinho para as nossas elas merecem e têm que ser muito estimadas.
Parámos nas praias de S. torpes para comer uma sandes já preparada e depois foi só pedalar até ao parque de campismo da Ilha do Pessegueiro. Amanhã fazemos uma pausa e não pedalamos (pelo menos na direcção de Sagres),a noite está muito fresquinha, vai ser uma boa noite de sono.
Almoço: Esparguete bolonhês
Jantar: Rissois de camarão com esparguete bolonhesa e salada, mais, sopa de feijão verde e salada de frutas.
Dia 17 de Julho de 2012
Etapa – Troia – Carvalhal – 27km
"Hoje foi a sério, matámos as saudades de uma boa pedalada que já não dávamos desde a semana passada quando acabámos o Lisboa-Badajoz. Iniciámos o percurso em Troia depois de uma travessia do Rio Sado serena e tranquila, quase poética. Porque o barco pára um pouco mais á frente do centro de Troia, tivemos de andar um pouco para trás para iniciar o percurso mesmo do inicio da península: Foi uma decisão acertada porque em Troia há uma ciclovia muito bem desenhada e que se prolonga por cerca de três km, é pena não ser até comporta, falta um bocadinho assim… !
Hoje foi também o dia de estrear as bicicletas e as crianças fizeram tudo o que não se deve fazer, como descer sem as mãos no guiador, tirar os pés dos pedais, acelerar e travar, fazer corridas - foi muito divertido observar esta felicidade. A pedalada decorreu sem grande dificuldade, só o calor é que estava a crescer e isso não foi assim tão agradável. Para procurar um caminho mais fresco foi tomada a decisão em grupo de entrar pelos arrozais, havia o risco de o caminho não ter saída, mas, aventura é aventura e lá fomos pela escolha acertada valeu-nos um Sr. muito simpático que nos apontou o trajecto mais correto.
Chegámos ao Carvalhal por volta das 11h30m e começámos logo a preparar o almoço – Bifanas com salada de tomate que estavam muito boas. À tarde foi obrigatório um mergulho na belíssima praia do Carvalhal. Hoje estava previsto chegarmos ao parque de campismo da Galé, mas com o calor a apertar e a generosa oferta da junta de freguesia do Carvalhal que permite poupar alguns euros em estadia, decidimos ficar por aqui e foi uma escolha acertada. Por não estarmos muito longe de Lisboa foi possível ir á loja da Movefree fazer algumas afinações e retirar uns barulhos que infelizmente me acompanharam todo o dia. Mais uma vez, receberam, com grande simpatia e o trabalho foi muito cuidadoso, já não há barulhos!
Hoje enquanto ia para a Loja da Movefree estava a pensar no dia e a tentar ver o quanto esta actividade está a enriquecer a relação entre todos os que nela estão a participar. A quem estiver a acompanhar estes artigos deixo aqui só esta reflexão com humildade: Se na família há filhos adolescentes e existe dificuldade em comunicar com eles, pegue na bicicleta e organize um pequeno passeio em conjunto, porque a bicicleta será apenas um pretexto para kms de conversa.
Agora está na hora de dormir mas antes temos aqui uma grande guerra com as melgas que estão a atacar sem misericórdia. Amanhã será até Melides começamos às 7h00.